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11 de fevereiro de 2024

Como atravessar o processo do luto

Graça e Paz de Cristo Jesus, meus amados!

O luto por perder um ente querido não é algo que passe rápido, não será em um dia ou em uma semana que a vida voltará ao seu curso normal. É até egoísmo desejar que aquele que perdeu alguém, volte a se comportar como de costume, não respeitando a sua dor, o seu lamento e a sua saudade. Por mais que saibamos o quanto a vida é frágil e passageira, na maioria das vezes não estamos preparados para esse tipo de perda, ninguém vive pensando em morrer, ou na morte de quem o cerca.

Por isso o luto é um processo lento e desafiador. Cada um tem uma história a ser construída, uma história com início, meio e fim. Algumas são mais longas, outras não. Algumas são tão breves, que deixam um sentimento de vazio gigantesco, de que havia tanta coisa ainda para viver, conhecer e descobrir. Porque a ordem natural da vida, nesses casos, é de alguma forma interrompida, o crescer e envelhecer nunca serão conhecidos.

Pergunte a uma mãe que perdeu sua criança ou a uma esposa que perdeu o seu marido, ou ainda a uma neta que perdeu a sua avó. A dor da perda é sentida de diferentes maneiras, mas é sempre intensa em cada coração.

O luto é um sentimento muito particular, porque ele traz consigo todo um contexto de educação, de cultura e personalidade. Geralmente, somos reflexos de tudo aquilo que colaborou para o nosso crescimento. Se passamos grande parte das nossas vidas, vendo pessoas ao nosso redor, sofrer de forma exaustiva ao perder alguém, crescermos acreditando que a morte é o fim de tudo, é motivo para nossa entrega absoluta. Mas, se temos a certeza de que a verdadeira vida não está aqui, nesse mundo, mas sim, na eternidade com Jesus Cristo, somos fortalecidos pela fé e resilientes na dor.

Quando perdi o meu pai, experimentei pela primeira a vez a dor do luto, não sabia como administrar dentro de mim aquele sentimento, porque eu só conseguia chorar. Você pensa que não vai ter o controle daquela angustia, que vai se deixar ser dominado por inteiro, pois uma hora pensamos em tudo e noutra não pensamos em nada. Instala-se um completo silêncio repleto de escuridão dentro da nossa mente. Isso é o luto. 

Mas, com o passar dos dias a dor vai sendo estancada, assim como uma ferida que sangra, a morte nos faz sangrar, machuca a nossa alma, maltrata o nosso corpo, e sozinhos não conseguimos nos curar. Jesus é o único capaz de nos ajudar! A ferida é comprimida no início, até chegar o momento em que ela para de sangrar, então começa a cicatrização, e por fim é a cicatriz que resta para sempre. De vez em quando a cicatriz dói, e isso não haveria de ser diferente, o que acontece é que a gente aprende a conviver com as nossas cicatrizes, aprende seguindo o fluxo da vida, sempre em frente.

No processo, precisamos de um tempo só para chorar, se libertar, se esvaziar daquilo que sufoca o coração. Chorar, gritar, e tem até os que brigam com Deus, inconformados, porque a dor também faz isso, busca culpados.

Então vem o período de se preencher, aceitar a ajuda da família, dos amigos, os convites, conhecer novas coisas para se enxergar vivo e como ainda estamos em construção, essa perda não é o fim da nossa história, é mais uma parte dela.

Por fim, vem a aceitação, uma reprogramação da mente, da vida, da rotina e auto permissão para seguir sonhando, planejando, amando e sendo feliz. Sem culpas, sem amarguras, sem correntes. Porque tudo sempre esteve no controle do Senhor. Se não for dessa maneira, estaremos na realidade nos adoecendo, buscando na dor da partida justificativas para outras dores, que nunca conseguimos solucionar, e reconhecer isso também é importante!

Por isso, se permita sofrer, mas principalmente: se permita viver! 

Que tudo seja para a adoração e glorificação do nome de Jesus Cristo, hoje e para sempre. Amém!

Alana Baggioto.