Graça e Paz de Cristo Jesus, meus amados!
O luto por perder um ente
querido não é algo que passe rápido, não será em um dia ou em uma semana que a
vida voltará ao seu curso normal. É até egoísmo desejar que aquele que perdeu
alguém, volte a se comportar como de costume, não respeitando a sua dor, o seu
lamento e a sua saudade. Por mais que saibamos o quanto a vida é frágil e
passageira, na maioria das vezes não estamos preparados para esse tipo de perda,
ninguém vive pensando em morrer, ou na morte de quem o cerca.
Por isso o luto é um processo lento
e desafiador. Cada um tem uma história a ser construída, uma história com
início, meio e fim. Algumas são mais longas, outras não. Algumas são tão
breves, que deixam um sentimento de vazio gigantesco, de que havia tanta coisa
ainda para viver, conhecer e descobrir. Porque a ordem natural da vida, nesses
casos, é de alguma forma interrompida, o crescer e envelhecer nunca serão
conhecidos.
Pergunte a uma mãe que perdeu
sua criança ou a uma esposa que perdeu o seu marido, ou ainda a uma neta que perdeu
a sua avó. A dor da perda é sentida de diferentes maneiras, mas é sempre
intensa em cada coração.
O luto é um sentimento muito particular, porque ele traz consigo todo um contexto de educação, de cultura e personalidade. Geralmente, somos reflexos de tudo aquilo que colaborou para o nosso crescimento. Se passamos grande parte das nossas vidas, vendo pessoas ao nosso redor, sofrer de forma exaustiva ao perder alguém, crescermos acreditando que a morte é o fim de tudo, é motivo para nossa entrega absoluta. Mas, se temos a certeza de que a verdadeira vida não está aqui, nesse mundo, mas sim, na eternidade com Jesus Cristo, somos fortalecidos pela fé e resilientes na dor.
Quando perdi o meu pai,
experimentei pela primeira a vez a dor do luto, não sabia como administrar
dentro de mim aquele sentimento, porque eu só conseguia chorar. Você pensa que
não vai ter o controle daquela angustia, que vai se deixar ser dominado por
inteiro, pois uma hora pensamos em tudo e noutra não pensamos em nada. Instala-se
um completo silêncio repleto de escuridão dentro da nossa mente. Isso é o
luto.
Mas, com o passar dos dias a
dor vai sendo estancada, assim como uma ferida que sangra, a morte nos faz
sangrar, machuca a nossa alma, maltrata o nosso corpo, e sozinhos não conseguimos
nos curar. Jesus é o único capaz de nos ajudar! A ferida é comprimida no
início, até chegar o momento em que ela para de sangrar, então começa a
cicatrização, e por fim é a cicatriz que resta para sempre. De vez em quando a
cicatriz dói, e isso não haveria de ser diferente, o que acontece é que a gente
aprende a conviver com as nossas cicatrizes, aprende seguindo o fluxo da vida,
sempre em frente.
No processo, precisamos de um
tempo só para chorar, se libertar, se esvaziar daquilo que sufoca o coração.
Chorar, gritar, e tem até os que brigam com Deus, inconformados, porque a dor
também faz isso, busca culpados.
Então vem o período de se
preencher, aceitar a ajuda da família, dos amigos, os convites, conhecer novas
coisas para se enxergar vivo e como ainda estamos em construção, essa perda
não é o fim da nossa história, é mais uma parte dela.
Por fim, vem a aceitação, uma
reprogramação da mente, da vida, da rotina e auto permissão para seguir
sonhando, planejando, amando e sendo feliz. Sem culpas, sem amarguras, sem
correntes. Porque tudo sempre esteve no controle do Senhor. Se não for dessa
maneira, estaremos na realidade nos adoecendo, buscando na
dor da partida justificativas para outras dores, que nunca conseguimos solucionar,
e reconhecer isso também é importante!
Por isso, se permita sofrer, mas principalmente: se permita viver!
Que tudo seja para a adoração e glorificação do nome de Jesus Cristo, hoje e para sempre. Amém!
Alana Baggioto.