Graça e Paz de Cristo Jesus, meus amados!
Há um tempo, as pessoas
enxergavam os crentes como pessoas que se privavam de tudo, de sair, beber,
dançar, usufruir a vida de forma livre e intensa. As mulheres eram aquelas que
só usavam saias compridas, não se depilavam, não pintavam as unhas e tinham os
cabelos super longos. Eram até vistas com dó: “pobre da irmã, não pode fazer
nada!”. Muitas até iam para academia com saias, e de longe já se sabia que se
tratava de alguém da igreja. Foi o tempo da “pena” e do deboche velado.
Depois veio o tempo do
sarcasmo, com o surgimento das igrejas neopentecostais, a imagem do dinheiro,
do enriquecimento de muitos líderes religiosos se cristalizou na mente das
pessoas, de forma que quando se falava de crente, muitos julgavam que só queriam
levar proveito dos outros, para ganhar dinheiro. Um pastor não podia comprar um
carro novo, porque já era visto como alguém desonesto. Ninguém que se dizia
crente podia prosperar financeiramente, porque logo era mal julgado.
Com as recentes mudanças no
cenário político no país, a figura do crente passou a ser muito relacionada com
algumas personalidades políticas que usaram fortemente o nome de Deus em suas
campanhas eleitorais, e assim acabaram por conquistar um grande público, no
qual muitos crentes também se incluíram. Foram levantadas questões sociais no
que tange a sexualidade, que em alguns aspectos buscaram respaldo no Evangelho,
e dessa forma receberam o apoio de muitas igrejas, além de também serem
debatidas outras questões referentes a armamento, corrupção, saúde pública,
vacinação entre outras tantas, que fizeram com que os crentes fossem todos
vistos sob uma mesma ótica de intolerância sexual e violência humana.
Estereotipar, sejam os crentes ou qualquer outro tipo de denominação religiosa, é fácil. Estereotipar é uma das características da ignorância, da superficialidade da informação, do olhar limitado de quem observa. De cafona a fanático, os crentes têm sido assim apontados. Mas, crente não é trouxa!
O verdadeiro cristão que se diz
crente anda consciente das pedradas às quais está sujeito. Até mesmo porque a
própria Palavra já nos adverte da nossa condição. O próprio Jesus foi
estereotipado como um agitador, transgressor das leis e costumes, por aqueles
que não se permitiram Conhecê-lo! Por que haveria de ser diferente agora?
Sim, acontece! Acontece em meio
ao trigo, o surgimento do joio, isto é, em meio há tudo que existe de bom e
correto, haverá uma porção podre e desencontrada, como um câncer que precisa
ser extirpado, para não crescer e influenciar todo o resto. Porém, até o joio
nos ensina a como NÃO ser e como agirmos diante da sua existência, para
vencermos e nos tornarmos mais fortes, porque no fim, tudo é para a Glória de
Deus.
Antes de carregarmos o termo:
crente, evangélico, protestante… somos todos cristãos! Essas são apenas
terminologias que nos confere uma identidade no âmbito social. É no ser
“cristão” que está o peso real para todos que assim se autodenominam, pois se
trata de reconhecer Cristo em sua vida e abraçar todos os seus ensinamentos, e
isso vale mais do que qualquer designação religiosa.
Crente é um ser imperfeito como
todos os humanos. Mas que luta para resguardar seus valores, sua educação, seu
discernimento, instrução, senso de justiça, e principalmente o temor a Deus e a
sua Palavra. Cada um que abriu a sua vida para o Senhor permitiu assim, que o
Espírito Santo do Altíssimo tivesse liberdade para operar todas as mudanças
necessárias que lhe forjassem um caráter limpo, uma postura humilde e coração
ensinável.
Então, ouvir insultos como
“trouxa” não fere a identidade do crente, só revela a ignorância de quem o
faz.
Que tudo seja para
a adoração e glorificação do nome de Jesus Cristo, hoje e para sempre. Amém!
Alana Baggioto.